terça-feira, 29 de maio de 2012

Eu decido, eu mudo e tu julgas

' Eu quero dizer agora o oposto do que eu disse antes
Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo ♪

Raul Seixas, Metamorfose Ambulante


Quanto maior a teia de julgamentos, mais fácil de se enrolar nela e a cada dia fortaleço minha decisão de não repudiar atitudes sem antes saber o que premeditou-as. Ainda assim, quanto menos julgo, mais me sinto julgada e avaliada, como se eu realmente esperasse que me dissessem o que eu já sei: não preciso de ninguém acompanhando meu processo de padronização com o mundo, obrigada.

Há tempos que eu ando sem paciência pra vitrine das vaidades, das mais fúteis às mais intelectuais...
E o que sobra? Excesso de disputa para pouco produto de troca e muitas ideias pré-concebidas sendo repetidas. E eu não quero fazer parte disso. Pra mim, não existem verdades e métodos absolutos e eternos quando o assunto é a minha vida. Não faço apologia à falta de consciência crítica, pois sei que há princípios que regem o mundo desde quando ainda nem existíamos, mas deixo aqui evidente o meu direito de exibir minhas opiniões sem medo ou censura. 

Não sei o que mudar, não sei como começar, nem ao menos sei se é necessário que seja diferente. Quanto mais vejo quanto esforço é preciso para se adaptar, mais penso em me guardar e nada mais precisar argumentar.

Quero me transformar por vontade ou necessidade própria, não para atender a convenções de uma sociedade que mal olha para o próprio umbigo. E isso pode levar o tempo que for, mas que seja no meu tempo, porque "é chato chegar a um objetivo num instante".


domingo, 6 de maio de 2012

Sorte?

Quer me irritar? Fala que eu tenho sorte. Sorte de ter um emprego, sorte de morar em São Paulo, sorte de ter um namorado, sorte de ter uma cachorra que gosta de brincar (?), sorte de ser magra e blábláblá.

Na boa, dizer que eu tenho sorte é subestimar a maneira como eu levo a minha vida, como eu enfrento os obstáculos no meu caminho e como eu resolvo meus problemas!
 
O mundo não se divide entre os sortudos e os azarados. A grande diferença está na forma como cada um dá os seus passos. E, mais do que isso, a grande diferença está na forma como cada um se conecta à pulsação da vida. Eu acredito nisso.
 

O que faz você conseguir as coisas é determinar objetivos e escolher os caminhos para nos levar até eles. E, mais do que seguir cegamente esse caminho, é preciso vivê-lo. Acreditar, acima de tudo, que o poder de transformação está em nossa mente, em nosso coração e em nossas palavras. Nada tem mais força do que as nossas vontades, nem mesmo sua crença supersticiosa.

Meu desejo é que todo mundo aprenda a reconhecer a grande força que temos dentro de nós e que, consequentemente,  cada um assuma a responsabilidade que isso traz. Que todos aprendam que quanto mais trabalhamos pelo que queremos, mais sorte temos e não o contrário.

Se eu fosse sortuda mesmo, teria ganhado na Mega Sena.

domingo, 8 de abril de 2012

Eu quero momentos..

' Where is the moment we needed the most? ♪
        Daniel Powter - Bad Day


Eu sempre quis aqueles momentos e poucas vezes os tive. 948 períodos de 24 horas desejando compartilhar mais que qualquer rotina. Eu leio os livros dos outros, esperando minha própria chance de tentar não ser tão dura com as palavras..

Eu não sei estar sempre alheia às pessoas. Afinal, de que seriam feitos os bons momentos, senão de alegrias compartilhadas com as pessoas por quem temos amor? Ninguém tem boas lembranças de si próprio sozinho. Tudo o que julgamos precisar, no fim, se tornam frivolidades se não há com quem dividir.

O dois só deixa de ser pouco quando é suficiente e pra isso é preciso maturidade de saber conviver e viver com quem cerca cada uma das partes.

Muito tempo trancado dentro de si mesmo te torna incapaz de lidar com sentimentos e, no final, não há porque ter tanto receio. Sentir não é uma característica exclusivamente humana e, no entanto, não há espécie que tenha maior dificuldade com isso. O instinto e o "deixa rolar" são, por vezes, mais sábios que a própria razão. Mas só porque nos permitem ver mais da vida e receber com o coração aberto quem nos dá amor. E todo o resto vem consequentemente mais feliz.

Como dizia o poeta..

Quem já passou por essa vida e não viveu
Pode ser mais, mas sabe menos do que eu
Porque a vida só se dá pra quem se deu
Pra quem amou, pra quem chorou, pra quem sofreu
Ah, quem nunca curtiu uma paixão nunca vai ter nada, não
Nao há mal pior do que a descrença
Mesmo o amor que não compensa é melhor que a solidão
Abre os teus braços, meu irmão, deixa cair
Pra que somar se a gente pode dividir
Eu francamente já não quero nem saber
De quem não vai porque tem medo de sofrer
Ai de quem não rasga o coração, esse não vai ter perdão.
Vinicius de Moraes

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Nota de hoje

Hoje eu perdi o sentido. Mas talvez seja só uma questão de ponto de vista.. vou tentar pensar positivo e acreditar que vai ficar tudo bem, apesar de tudo.




sábado, 24 de setembro de 2011

Estabilidade

A estabilidade é uma grande ilusão, porque a ordem da vida é aleatória. Nós vivemos querendo impor ordem a tudo. Criar rotina e segurança para todas as nossas ações. E as coisas tendem a acontecer não da forma que esperávamos, mas como deveriam. E é assim que é.

Por que quando tudo vira normal e rotineiro, a gente perde a capacidade de se encantar, de enxergar as coisas com admiração. E talvez seja isso que desanima e distancia as pessoas. 

Mesmo assim, no tempo da distância e quiçá de forma diferente, eu vou construindo o caminho para sempre voltar...




quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Talvez a morte seja viver de frustração...

Eu sinto tudo em excesso, de forma desmedida, sem querer. Tem sempre aquela ansiedade que dói no tórax, uma angústia por ter e não ter medo de tentar. Queima mais o pavor de ser mal compreendida. E se a falta de caminhos fosse o problema, a solução já teria sido imposta pela vida. Então, o que me impede?
 
 
O excesso de vontades e possibilidades é o que me amarra à necessidade de ser feliz e ao mesmo tempo me confunde. Preciso realizar coisas que me transmitam, que transbordem tudo que implode em mim e que não floresce por falta de luz do sol. Acho que sou introspectiva demais. Fica tudo aqui guardado, inútil e cada vez mais improvável.
 
 
Não sei mais viver só de arroz e feijão. Minha sede me marginaliza, me faz buscar meios de viver numa utopia sem depreciar nada, nem me julgar maior.
Penso que não fui feita para este lugar. Me adapto, me refaço, tentando não esmoecer na frustração de concluir que talvez todo o horror não consiste em morrer em busca de plenitude. Talvez a morte seja viver de frustração, catando os restos jogados por quem controla sua rotina.



quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Ainda vou ler nos jornais??!

"Ainda vou ler nos jornais
Que até meu país tá pra lá de feliz
Tá de bem, tá em paz
Vou ler que o povo cansou de comer
Que houve inflação de carinho e prazer
Que o amor ficou livre sem se corromper
E a violência parou de bater
Ainda vou ler nos jornais
Em alta valores morais... "


Não sei se isso vai chegar a acontecer um dia. O problema é que ando absolutamente descrente. As coisas não funcionam como deveriam por aqui. Às vezes eu penso: pra qual futuro eu estou me preparando? Eu cresço, me torno uma pessoa melhor e penso que não haverá no futuro um mundo livre de toda tragédia que tenho visto nos noticiários.
As leis são contraditórias, ninguém quer se responsabilizar por nada e as pessoas já começam a achar comum quando crianças de sete anos usam drogas e agridem policiais! Eu tenho 21 anos e me resposabilizo pelo que faço. Mas e essas meninas, quem se responsabiliza por elas?


Outro dia, soltei uma piadinha no facebook, copiada do mural de algum amigo meu: "O fim do mundo em 2012 foi cancelado no Brasil, porque o país não tem estrutura para receber um evento desse porte". Foi sarcasmo, mas o que se pode esperar do país do futebol que, inclusive, prioriza tal esporte ao invés de se preocupar em oferecer às pessoas o mínimo que elas precisariam pra viver bem?!
Vai ser um 'salve-se-quem-puder' se chover e houver deslizamentos e alagamentos por aqui durante a copa... tsc tsc


Ou eu estou ficando muito rabugenta e exigente, ou as coisas andam mesmo de pernas pro ar... Desculpem-me, mas não consigo aceitar que o país diminuiu pela metade o seu índice de pobreza e, ainda assim, tenha 16,2 milhões de pessoas vivendo em condições miseráveis.


Isso é triste e é fato!