Eu sinto tudo em excesso, de forma desmedida, sem querer. Tem sempre aquela ansiedade que dói no tórax, uma angústia por ter e não ter medo de tentar. Queima mais o pavor de ser mal compreendida. E se a falta de caminhos fosse o problema, a solução já teria sido imposta pela vida. Então, o que me impede?
O excesso de vontades e possibilidades é o que me amarra à necessidade de ser feliz e ao mesmo tempo me confunde. Preciso realizar coisas que me transmitam, que transbordem tudo que implode em mim e que não floresce por falta de luz do sol. Acho que sou introspectiva demais. Fica tudo aqui guardado, inútil e cada vez mais improvável.
Não sei mais viver só de arroz e feijão. Minha sede me marginaliza, me faz buscar meios de viver numa utopia sem depreciar nada, nem me julgar maior.
Penso que não fui feita para este lugar. Me adapto, me refaço, tentando não esmoecer na frustração de concluir que talvez todo o horror não consiste em morrer em busca de plenitude. Talvez a morte seja viver de frustração, catando os restos jogados por quem controla sua rotina.

Que texto lindo! Parece tão contida em si mesma... e tão sensível a td ao seu redor...
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